
A diretoria da ADPESP recebeu a visita do delegado da Polícia Federal, Cleyber Lopes, responsável pelo inquérito que levou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a denunciar na quarta-feira (19/12/2018) ao Supremo Tribunal Federal o ex-presidente Michel Temer (MDB) e outros cinco investigados por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, após decreto em favorecimento a empresas do setor de portos supostamente em troca de propinas.
O presidente, o secretário geral, o tesoureiro e o diretor suplente do Conselho de Ética da ADPESP, respectivamente Gustavo Mesquita, Fernando David, Rodrigo Lacordia e Marcio Marques, trataram com Cleyber Lopes do fortalecimento da Polícia Judiciária e de como ações de combate à corrupção podem ser ampliadas na Polícia Civil. O encontro ocorreu na tarde de terça-feira (18/12/2018), na sede da ADPESP.
Como desdobramento da operação Lava Jato, Cleyber Lopes instaurou o inquérito contra Michel Temer no ano passado, depois de o presidente assinar o decreto 9.048/2017, que estendeu contratos com empresas como a Rodrimar S/A para atuação no Porto de Santos.
A companhia de comércio exterior e logística teria sido indicada há 10 anos por Michel Temer, para a Companhia das Docas do Estado de São Paulo (Codesp), quando ele ocupava a posição de deputado federal.
No entanto, de acordo com a denúncia da Procuradoria Geral da República, os “benefícios” a Michel Temer, a partir de ilícitos no setor de portos, se estendem há mais de 20 anos.
A PGR baseia-se nas investigações da Polícia Federal. Elas concluíram que a ampliação da duração dos contratos teriam sido intermediada pelo ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, flagrado ano passado com uma mala com R$ 500 mil, em um restaurante de São Paulo. O dinheiro seria propina da JBS para Michel Temer – o presidente é alvo de três denúncias da PGR.
De acordo com a apuração da PF, Michel Temer usou empresas em nomes de terceiros e intermediários de sua confiança para movimentar de forma ilegal pelo menos R$ 32 milhões.
Na visita de Cleyber Lopes à ADPESP, destaque também para as considerações de Marcio Marques, que é também delegado seccional em Guaratinguetá e criador do Setor Especializado no Combate aos Crimes de Corrupção, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro (Seccold).
Em três anos de existência, o Seccold já concluiu mais de 20 inquéritos de combate à corrupção e outros crimes envolvendo políticos no Vale do Paraíba.
Obs.: Essa matéria foi atualizada em 04/01/2019, após Jair Bolsonaro ser empossado presidente da República Federativa do Brasil.
DEZ
2018